Do tamanho do mundo
“Tudo o que toca, transforma em
ouro”
Já muito me foi dito, mas esta
frase é o meu tesouro.
Há muito que nada para mim fazia
sentido.
Vivia, vegetava, qual fantasma
do que fora ou poderia ter sido.
Dores imensas cravejaram meu
peito, ferindo, rasgando…
Vencendo-me. Derrubando-me.
Passei pela vida sem sequer a
sentir, anos vividos sem os conseguir recordar
Sombras densas, qual “sopa” de
nevoeiro
Mergulhei num coma profundo do
qual não conseguia sair
Passei pela vida qual espirito
indelével que não deixa marca.
Vegetei…
Como? Porquê? Nem sei…
De que serve a vida se não tem
objetivos?
Para quê estar vivos se não
somos ouvidos?
Nevoeiro cinzento (quase preto)
tolhia-me os passos
De que serve lutar se não
criamos laços?
Conhecer-te foi um renascer das
cinzas. Um acordar de um coma profundo.
Voltar à vida. Reencontrar o
mundo…
Uma paixão imensa inundou-me a
alma
Perdi-me… sem conseguir lutar!
O pior que me podia acontecer,
era mesmo o amor.
Recuperei esperanças há muito
perdidas
Lutei com forças desconhecidas
E chorei!
Por mim, por ti, pelo amor que
encontrei…
No rebuliço criado descobri
amigos que tinha a meu lado…
Esquecidos!
Magoei. Fui magoada. Venci-me e
fui vencida!
Fui ao fundo.
Tão fundo que só me restava
morrer
Esqueci amigos. Esqueci saudades.
Esqueci amores. Desejei desaparecer.
Partir para nunca mais voltar.
Morrer!...
Mas a vida que é traiçoeira,
tinha-me reservada nova rasteira
“Tudo o que toca, transforma em
ouro…”
Mais do que uma frase, para mim
um tesouro.
Bati no fundo e desejei voltar
Novas razões me fazem viver…
Morri aos poucos para poder
renascer
Qual Fénix que das cinzas
consegue voltar
Sou do tamanho de todo o mundo
Nada me irá vencer!
AdelinAntunes
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